E o friozinho na barriga cresce.
Sempre segura e dona de si, nunca se deixou abalar pelas tempestades que foram surgindo.
Sempre de escudo e espada na mão, sobretudo quando era pelos outros.
Mas há dias assim, em que se baixa a guarda e quando menos se espera, somos bombardeados.
Seria mais fácil pegar na espada e seguir caminho mas, e o que ficou para trás?
Ela ergue-se, diz não fugir às batalhas, arregaça as mangas e faz de si o escudo que precisa e que sempre teve consigo. Enche-se de coragem e enfrenta as sombras, aquelas que não a deixam avançar, que sempre colocam mais pedras no caminho e a arrastam. As mesmas que a atormentam em noites frias, e em dias em que o sol não se faz sentir.
É invadida pela sensação antes do salto. Aquele friozinho na barriga que lhe diz para avançar.
Os pés permanecem imóveis a apoiar um possível retorno, mas os braços avançam, ao encontro de abraços que também a fortalecem e garantem ser escudo e armadura. As sombras parecem recuar à medida que o encontro das mãos acontece, as estrelas refletem a luz que os rostos irradiam.
O batimento acelera e ela sabe, ali sabe, que há batalhas que valem a pena lutar, com as tropas corretas ao lado.
#Stargazing - Myles Smith